Oi, gente! Tudo certinho?
Hoje, vamos nos molhar em um assunto que faz parte de um universo fetichista riquíssimo e merece ser discutido sem preconceitos: as chuvas! E, não, não estou falando da previsão do tempo – Ba tum tss!
O que são as chuvas?
Para começar, quando falamos de “chuvas” no contexto sexual, estamos nos referindo a práticas que envolvem excreções corporais. E aqui vai uma listinha das mais conhecidas:
- Chuva dourada (Golden Shower): Envolve o uso de urina
- Chuva Marrom (Scat): Prática que inclui fezes
- Chuva Prateada: Pode envolver saliva, sêmen ou squirt
- Chuva Romana (vomit): Envolve o uso de vômito
- Chuva Vermelha: Está diretamente ligada ao fetiche por menstruação
Essas práticas podem parecer extremas para alguns, mas têm um número bem considerável de adeptos. Quem já está no meio fetichista sabe que esses fetiches se conectam com diversas motivações como intimidade, poder, submissão e, às vezes, simples curiosidade.

As “chuvas” não nasceram de um dia para o outro. Muitas dessas práticas têm raízes em rituais culturais, religiosos e até costumes cotidianos que, ao longo do tempo, ganharam novas interpretações no contexto sexual.
A urina, por exemplo, já foi vista como algo muito mais do que um excremento. Na Roma Antiga era usada para limpar e branquear roupas, e esse processo tinha até um caráter sagrado para algumas divindades. Já na Índia, existe a prática do amaroli, que é basicamente beber urina como forma de purificação espiritual dentro da tradição ayurvédica. Então, para quem vê nojo na chuva dourada, é interessante lembrar que, em algumas culturas, a urina tinha um papel quase místico.
Outro também é a saliva, que assim como o sêmen, já teve significados simbólicos importantes. No Egito Antigo, por exemplo, acreditava-se que o deus Atum criou o mundo a partir de seu próprio sêmen. Até as civilizações mais antigas viam fluidos corporais como algo divino.

O squirt, por sua vez, é uma expressão da sexualidade feminina que, por muito tempo, foi mal compreendida, mas que hoje se conecta à ideia de empoderamento sexual.
A transformação dessas práticas em fetiches está profundamente ligada à forma como o corpo humano, seus fluidos e funções foram reinterpretados ao longo do tempo. Em alguns casos, esses fluidos se tornaram símbolos de poder, intimidade ou transgressão, quebrando tabus e desafiando normas culturais.
Um guarda chuva chamado tabu
Vamos combinar que o preconceito em torno dessas práticas não é apenas uma questão de gosto pessoal, né? Está enraizado em como a nossa sociedade lida com o corpo e a sexualidade. Se você pensa que fetiches como as chuvas são vistas como “desvios” da norma, é porque a sociedade moldou essa visão.
O filósofo Michel Foucault, na sua obra “História da Sexualidade”, explora como as normas sociais sobre sexualidade são construídas ao longo do tempo. Ele argumenta que o poder não é só repressivo, mas também cria categorias de “normal” e “anormal”.
No caso das “chuvas”, o que acontece é que elas desafiam a norma sexual heteronormativa e reprodutiva, que foi promovida pela medicina e religião desde o século XVIII. Isso significa que, se você sente algum desconforto com essas práticas, pode estar influenciado por normas culturais que moldam o que consideramos normal ou estranho.
Por isso, discutir essas práticas é a chave para desconstruir preconceitos e criar um espaço mais inclusivo para todas as formas de expressão sexual. Quanto mais a gente conversa sobre esses temas, menos estigma eles carregam, permitindo que as pessoas vivam suas sexualidades de forma plena, livre de culpa ou vergonha.
Então, se você pratica ou tem curiosidade sobre essas chuvas, saiba que tem muita história e cultura por trás disso tudo.
E aí, o que você achou?
Você já conhecia as “chuvas” ou quer saber mais sobre o universo dos fetiches? Deixe sua opinião nos comentários e sugira temas para explorarmos juntos.
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